sábado, 24 de julho de 2010

Nada de mais (ainda na Guerra e Paz)

Comecei a terceira parte do "Guerra e Paz" (e agora, pelo visto, o livro faz jus ao termo "guerra"). E estou achando Napoleão literalmente um bocó. Ahhh...e sabe quem eu encontrei logo no começo do livro? Marat! Sim, o mesmo o velho e bom Marat das aulas de história do colégio. O imperador de Nápoles, como também era chamado (fato por mim desconhecido até então). 
 
Olha, ninguém é obrigado a ler Guerra e Paz, mas tem uma coisa que é de leitura OBRIGATÓRIA: O Capítulo Primeiro do terceiro livro! São duas ou três páginas que independem da história e nelas Tolstoi realmente me surpreende, dada a intensidade com que observou os acontecimentos narrados no livro. Sim, esse tio barbudo e estranho (muito estranho) era de uma inteligência ímpar!

Cito um pequeno trecho, onde ele trata sobre as causas da guerra:

“Para nós, a posteridade, que contemplamos em toda a sua amplitude este acontecimento considerável e que penetramos o seu sentido simples e terrível, todas *elas são, evidentemente, insuficientes. Não podemos conceber como milhões de cristãos puderam matar-se uns aos outros e torturar-se mutuamente só porque Napoleão era ambicioso, Alexandre, firme, a política da Inglaterra, tortuosa, e o duque de Oldemburgo se sentia ofendido. Não é possível compreender a ligação que existe entre todas estas circunstâncias e as violências e os morticínios propriamente ditos
Para nós, a posteridade, nós, que não somos historiadores, nem nos deixamos levar pelo entusiasmo das investigações, e examinamos, por conseguinte, com bom senso imperturbável os acontecimentos, as causas aparecem-nos em número incalculável. Quanto mais nos enfronhamos na investigação dessas causas, mais numerosas elas se revelam e cada uma em si ou em uma série delas se afiguram igualmente justas, embora falsas também, dada a sua insignificância quando comparadas com a intensidade do acontecimento, e igualmente falsas pela sua insuficiência, independentemente de todas as demais causas concorrentes poderem ter produzido o resultado encarado. Uma delas, por exemplo, o fato de Napoleão ter-se recusado a retirar suas tropas de Oldemburgo, parece-nos valer tanto quanto a recusa de um primeiro-cabo francês a realistar-se, pois a verdade é que, se este não tivesse querido voltar à atividade e o seu exemplo houvesse sido seguido por milhares de soldados, teria havido muito menos homens no exército de Napoleão e este ver-se-ia impossibilitado de declarar a guerra.” (p. 742).

*os motivos da guerra.

 Nem vou comentar, para não estragar a exposição do Tolstoi...

Por fim, desejo um ótimo aniversário ao meu namorado João Vicente,  que merece tudo de bom e muito mais! Parabéns e te amo!  =D
 
Segue o Blog do João:(http://www.joaovicente.blogspot.com/)

Um comentário:

  1. Pôxa, que legal o trecho. Também não comentarei.

    Numa nota paralela, o Mario do bolo parece "doidão" daquele "cogumelo maroto" ali... =P

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