sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Momento Carl Sagan



Ontem acabei assistindo um pedacinho daquela novela da globo que fala sobre reencarnação...não lembro o nome...ia escrever "Alma Gêmea", mas acho que não é isso... Que seja...o nome não interessa.

Pois bem, comecei a pensar o quão bom seria se tudo aquilo fosse verdade: A morte significando apenas uma transição para uma nova vida. Mas quais são as evidências concretas de que tudo isso realmente existe? 

Há um tempo li o "Mundo Assombrado pelos Demônios" do Carl Sagan, obra que retrata anos de pesquisa sobre o assunto. Muitas pessoas podem pensar que Carl Sa Sagan seja um ateu sem coração, mas acreditem, ele deixa muito claro o quão gostaria de encontrar uma pontinha de verdade em tantas histórias míticas. Relevo, ainda, que Carl  tinha a cabeça aberta para aceitar qualquer idéia, caso fosse passível de prova. Ele optou por saber em vez de crer. Um caminho bem difícil e complicado, especialmente porque a morte é inevitável e é muito cruel se aproximar dela e saber (ao menos conforme as informações colhidas até aquele momento) que ela retrata o fim de tudo e o começo de nada. Foi o que aconteceu com Carl. Se existe vida após a morte, tenho certeza que ele deve estar do outro lado tentado nos alertar.

Será que nós somos tão especiais assim a ponto da nossa alma ter um lugar guardado? O que nos diferencia nos demais animais? Certamente o nosso raciocínio complexo. E é o nosso raciocínio supostamente complexo imprescindível para a continuidade da vida nesse planeta? Não. Três ações são imprescindíveis para a manutenção da vida no planeta: nascer, reproduzir e morrer. Isso até uma minhoca faz. No âmago, somos iguais a qualquer outra espécie. Mas possuímos um plus: lembranças das nossas experiências, das pessoas que amamos, do nosso trabalho, dos nossos sofrimentos, de toda uma vida. A idéia de esquecer tudo isso, de sumir, de acabar, é horrível.

Então aí vem um ótimo subterfúgio: nossas crenças. E não critico quem as tem. Invejo, inclusive. Gostaria de poder me apegar a uma coisa fisicamente impossível e sem lógica alguma (até o presente momento) simplesmente porque dizem que é assim. Chateia-me e muito a idéia de acabar.

Gostaria que me provassem o contrário! Mas não me venham com aquela história de que os espíritos só conversam com fulano de tal porque ele é assim e assado! Se ele realmente conversa com eles, então, por favor, peça que venham falar comigo também! Aí eu acredito!  



6 comentários:

  1. Minha opinião: ninguém poderá provar qualquer fenômeno sobrenatural. Não agora. E não é esse o fator determinante para se acreditar em algo ou não. O fator físico independe. Levamos a vida, de acordo com probabilidades ou o que nossos sentidos nos mostram. Nossos antepassados desconheciam os microorganismos invisíveis a olho nu. Ou seja, naquela época,inexistiam. Hoje, graças a novos conceitos e evolução cognitiva, temos a certeza de que existem e fazem parte da natureza.

    Normalmente só levamos em consideração o que é revelado pelos nossos sentidos: confiamos piamente na visão, audição, olfato, paladar. Porém, até que ponto são confiáveis estes parâmetros? Os cães tem olfatos superpotentes. As águias, visões fantásticas. Os morcegos e muitos répteis possuem órgãos sensoriais para detectar o calor. Isto não é sobrenatural, são atributos evolutivos.

    Portanto, me questiono: estamos nós preparados realmente para avaliar o que é natural, sobrenatural, existente e inexistente? Antigamente, nossos cientistas tinham conceitos e teorias sobre os mais diversos assuntos. Foram derrubados 1 a 1, e continuam sendo.Portanto, que certeza existe na ciência? Nenhuma. Existe a pesquisa, evolução do conhecimento, que diga-se de passagem, é ainda pequeno para tamanhos mistérios que nos cercam.

    A proporção de coisas e criaturas no universo é impressionante e inimaginável. Até mesmo o astrofísico Stephen Hawking nos dá parâmetros de que outras formas de vida, em outros planetas, não são possíveis, são prováveis, tamanha a vastidão do espaço e das condições do universo inteiro.

    Comecemos pelo nosso planeta: com toda a tecnologia disponível, o homem conseguiu descobrir seres unicelulares a poucos séculos. E assim segue a escala do universo: de seres unicelulares e de animais gigantescos. Seguindo a linha de raciocínio: comparar a terra ao tamanho do sol, e o tamanho do sol à outras estrelas, como a MuCephei. É tudo muito relativo, abstrato. O Sol é gigante? Sim. Comparado à terra. Mas ínfimo comparado a MuCephei. O homem é gigante, sim...se comparado a uma bactéria unicelular. Mas ínfimo se comparado ao tamanho do Sol.

    Receio que ninguém conseguirá comprovar o que anseia. Talvez, lançar um olhar por outro ângulo sobre o que é existente seja um bom exercício. Afinal, nenhum cientista conseguiu construir máquina ou computador tão perfeito quanto qualquer outro ser ou animal da natureza. Porque, nesse caso, não podemos considerar a vida em si, e seus mistérios incompreendidos, um milagre?

    Desculpe o texto grande, me empolguei hehe.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Kétlin disse:

    Ah, obrigada por comentar! Interessante o seu ponto de vista. Mas ainda assim não parece justificar a existência de um sobrenatural (na real, você nem pretendeu isso)... Só a nossa imaginação (a princípio) justifica isso.
    O fato do nosso planeta ser um pequeno ponto no universo já mostra o quão sem importância somos... Não seria uma idéia muito antropocentrista pensar que possuímos uma vida eterna? Na minha cabeça essa idéia escapa da lógica. E idéia bíblica escapa ainda mais, ela parte do pressuposto de que o homem é o centro do universo. Sei lá...
    O jeito é esperar e ver com os próprios olhos...

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  4. Kétlin, sugiro assistir à série de entrevistas com Joseph Campbell - O Poder do Mito. Tem na vídeo beta para alugar. Acho que vai te ajudar nas tuas perguntas.

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  5. Ao que tudo indica a natureza usa de recursos presentes na própria natureza para construir (Selecionar) suas máquinas biológicas, desde vírus até animais mamíferos humanos, assim, NÃO SEI ONDE NEM PQ, na evolução das espécies, UM SER VIVO (Ser vivo feito e construído de átomos forjados no interior das estrelas, e que gera sua energia quimicamente no ciclo de Krebs, dentre outros), DEVERIA TER ALMA, OU ONDE OU DAONDE ELA ENTRARIA NA SELEÇÃO NATURAL/EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES. (Assim, se humanos tem alma, vírus tem, formigas tem, ratos tem, pedras tem - Então se vc quebra-la terá 2 almas =)).
    Acredito que o dia em que a humanidade desvendar o funcionamento da mente (10-20 anos), diminuirá o espaço para essas respostas coringas mágicas reconfortantes, aí vão procurar esconder a alma (E seus deuses) em outro lugar, (coração por exemplo, órgão dos sentimentos hehehe) pq antes disso tudo, muitos precisam crer...

    Marcos P.B.

    Obs: Deveriam colocar "o mundo assombrado pelos demonios" como leitura para o vestibular, quem sabe alguma coisa mudaria...

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  6. Kétlin disse:

    Concordo com você Marquinhos. Ainda prevalece o antropocentrismo. Muitos acreditam que somos o centro do universo e não somente mais uma espécie, habitante de um pequeno planeta, que integra um mísero sistema solar.
    O especismo também é evidente.
    Mas são centenas de anos de crenças, acho que elas impregnaram nossos genes, inclusive =P
    Nossa...diferente dos outros animais, nós aceitamos muito mal a idéia de fim. Utilizamo-nos das crenças para amenizar o evidente. Sinceramente, eu adoraria que descobrissem um "ceu". Mas não é por isso que vou ficar me iludindo, por mais triste que seja.

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